Foto de prédio do Porto Alegre transformado em rampa de skate, para PR Stunt.

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Também quero meu PR Stunt

Embora seja tentador replicar a fórmula, vale levar algumas coisas em consideração.

Treze anos depois de um dos cases mais relembrados como exemplo de PR Stunt, a mesma marca vai lá e crava mais um, inclusive muito empolgante de se ver ao vivo!

Esse tipo de ação inevitavelmente gera uma avalanche de pedidos por stunts semelhantes. Embora seja tentador replicar a fórmula, vale levar algumas coisas em consideração.

Será que esse stunt vai realmente virar assunto? Não basta aparecer nas publicações de veículos especializados no nosso mercado de comunicação; precisamos que a conversa penetre o cotidiano das pessoas. Quando um tema desperta interesse genuíno, ele nasce de um anseio, de uma inquietação coletiva. A marca não foi a primeira entidade a olhar para o prédio icônico de Porto Alegre e pensar “já pensou descer isso aí de skate?”, sabe?

É hora de sermos honestos com o cliente. Ok, temos um assunto interessante que pode garantir visibilidade, mas não podemos prometer que o stunt conte toda a história da marca. Entre os 13 anos que separam os exemplos, há 65562756254 outras ativações que foram usadas para construir a mensagem desejada. Está tudo bem só se querer melhores números no próximo trimestre, só que a resposta para este desafio pode ser (e provavelmente é) outro tipo de ativação.

Pensemos na hipotética execução. Haverá a verba para, além de fazer o evento em si, documentar todos os passos para instigar a curiosidade antes e ter muito material para consumo posterior? Há como bancar a equipe durante toda a concepção do projeto, o que pode levar meses e até anos de preparo? Não menos importante: todo mundo está ciente de que há riscos na execução, certo?

Comparo tais complexidades com uma obra pública: quando há um anseio popular, o projeto ganha vida própria: estudos preliminares, cerimônias de lançamento, análises econômicas, debates entre apoiadores e críticos, desafios técnicos… Cada etapa gera pauta, cada obstáculo gera debate. No nosso futuro stunt, este ciclo está bem mapeado? Ele existe?

São pontos que podem parecer óbvios aqui longe do calor do debrief. É ali na hora que a coisa está nascendo, no entanto, que é de suma importância questionar tudo isso. Porque, às vezes, o briefing já vem com “precisamos de um stunt”. Nesse caso, a pergunta certa é: “Precisamos mesmo?”

Foto: Divulgação.