Uma das idéias mais difundidas no imaginário popular é uma sigla que, na real, pouco significa alguma coisa: VIP.
Premiar um pequeno número de pessoas com coisas que clientes ordinários não têm acesso é uma maneira de fidelizar alguém que seja interessante.
Mas vamos pensar em uma coisa: não vivemos num país com uma vasta carta de competidores por segmento, que brigam cliente a cliente, melhorando serviços para atrair mais gente. Isto é só discurso. Os grandes competidores são poucos, mal conseguem atender à grande demanda e estão se lixando para a sua experiência.
Há 15 anos, você não poderia ter um telefone celular sem se cadastrar numa longa espera de uma única empresa. Há 10 anos, você não poderia utilizar a Internet sem pagar um falso e obrigatório serviço de “provedor” atrelado a ela. Há 5 anos, você não poderia sequer manter o seu número de telefone se quisesse mudar o prestador de serviço.
E tem mais gente podendo utilizar serviços que antes reservavam-se a uma pequena parcela da população. É mais gente virando classe média e mais classe média querendo ser, de alguma maneira, reconhecida pelo seu consumo fiel, afinal, nunca teve muita opção e já está nessa há mais tempo. Um lance hipster de poder dizer que já era classe média antes da classe média entrar na moda no Brasil.
Para piorar, alimentaram por muito tempo esse pensamento de que o serviço ordinário é ruim, mas o VIP é excelente. Algo que não pode ser dado de mão beijada à qualquer “gente diferenciada”.
E com tanto consumo embalado por essas promessas, não me admira que tantos virem VIPs de alguma coisa. Salinha VIP, Camarote VIP, Pulseira VIP, Atendimento VIP, Cartão VIP…
Mas quando a mais média classe torna-se tão importante, quem é que é comum, afinal?